Com encanto e desencanto a vaquejada traz risos e prantos, no vaqueiro e no espectador, ora bicho-animal, ora bicho-homem, que se mesclam entre as faixas marcadas à cal, no segundo em que o vencido é o vencedor e vice-versa. Homem e animal, aqui heróis livres, acolá bobos encurralados. Retratos de um “esporte” onde diversão e perversão parecem andar de mãos dadas para conjurar espetáculos.
Artigos contraditórios da Constituição federal, decretos e leis põem em xeque a prática das vaquejadas. Afinal, tratam-se de manifestações culturais que devem ser protegidas e incentivadas pelo poder público ou não passam de maus-tratos contra animais, o que as tornam imorais e passíveis de coibição e expurgo pela sociedade civil e aparelhos do Estado? Com base em entrevistas, depoimentos e opiniões de especialistas, os diretores traçam um paralelo entre essas duas vertentes e mostram as reações de vaqueiros profissionais contra e a favor das vaquejadas, bem como a opinião de populares sobre o tema. Uma contribuição às discussões que já tomam o país inteiro acerca da legalidade e/ou legitimidade da mais controversa “modalidade esportiva” brasileira.