Em sua sexta edição, o projeto DOCUMENTANDO percorrerá agora o território pernambucano em uma expedição pelo sertão, promovendo a realização de 10 oficinas audiovisuais de iniciação ao cinema junto às comunidades que estão espacialmente mais distantes da capital do estado e do acesso às salas de cinema.
A atividade proporcionará uma aproximação dos estudantes com o gênero documentário, incentivando, como de costume, a produção de filmes em áreas sem tradição cinematográfica e a circulação de novos realizadores em festivais e mostras. As aulas beneficiarão alunos em cidades estrategicamente selecionadas. A escolha dos municípios se deu através de avaliações prévias, levando em consideração as demandas das próprias cidades e sua posição estratégica, de modo a atenderem também municípios circunvizinhos. Pela própria geografia, o sertão de Pernambuco é, historicamente, a região com mais dificuldade de acesso a atividades culturais e, por isso, o projeto DOCUMENTANDO – 6a temporada | Expedição pelo Sertão vai dedicar-se, desta vez, exclusivamente, à essa região do estado.
As cidades escolhidas são: Araripina e Ouricuri (Sertão do Araripe); Verdejante (Sertão Central); Belém do São Francisco e Floresta (Sertão de Itaparica); Custódia (Sertão do Moxotó); Flores e Solidão (Sertão do Pajeú); Afrânio e Cabrobó (Sertão do São Francisco). Os participantes, que não precisam possuir conhecimentos prévios na área, terão acesso às técnicas básicas de captação e edição de imagens em vídeo, além de informações cruciais sobre a linguagem cinematográfica e as etapas e funções numa produção.
Ao final da temporada, como forma de contemplar e celebrar os frutos dessa nova edição, serão realizadas duas mostras com os filmes produzidos ao longo do projeto. A atividade será descentralizada e contará com ações de acessibilidade, acontecendo na Região Metropolitana do Recife e também em uma das demais macrorregiões.
Desta feita, partimos para o sertão das tradições, mas também com nossos sentidos voltados à captação do novo. Buscaremos pelas transformações de sentido que essa região e seus moradores têm experienciado nos últimos tempos. Há 125 anos atrás, quando Euclides da Cunha chegou ao sertão nordestino, seu olhar descreveu como aquele lugar moldava o homem da região, transformando-o antes de tudo, num forte. Com “Os Sertões” no bolso e com Euclides na “cabeça”, nossa expedição parte agora para o sertão pernambucano, procurando entender, pelo olhar da nossa lente e dos que lá encontraremos, o quê e como essas pessoas vêm também mudando e transformando a gramática política, social e cultural dessa região.