No ano de 2013, o projeto de formação DOCUMENTANDO deu início a segunda temporada de oficinas. Desta vez, nossa expedição foi mais além, resultando em um número maior de cidades contempladas, de estudantes alcançados e, por consequência, de filmes produzidos. A partir do aprofundamento de metodologias ativas, nossas oficinas foram aperfeiçoadas, promovendo junto aos nossos participantes o desenvolvimento de um aporte teórico básico e o domínio prático de recursos técnicos essenciais para o planejamento e a execução de curta-metragens.
Ademais, uma novidade da segunda edição foi a participação das oficinas DOCUMENTANDO em festivais e mostras de cinema de Pernambuco, a exemplo do Recifest, do Festcine e do Festival de Cinema de Triunfo, espaços onde o projeto vem construindo uma história de parceria e rendendo bons frutos. A promoção de nossas ações formativas junto a estes eventos, têm reforçado a importância e o peso do setor audiovisual pernambucano, além de integrar ensino, fomento e distribuição, contribuindo para o desenvolvimento humano, cultural e social do público abrangido.
Nesta segunda edição, foram contempladas 10 cidades, sendo estas: Recife, Olinda, Bezerros, Caruaru, Triunfo, São José do Belmonte, Pesqueira, Taquaritinga do Norte, Afogados da Ingazeira e São Vicente Férrer. Os curtas-metragens desenvolvidos ao longo das formações, tanto nos eventos, como em escolas da rede pública, abordaram diversos aspectos sociais, culturais e políticos destes territórios, mas sempre a partir do olhar e da sensibilidade dos grupos participantes, que acompanham e envolvem-se diretamente ao longo de todo o processo – da escolha do tema, à sua roteirização, decupagem, produção, finalização e distribuição.
Ao final da segunda edição, foram totalizados 242 participantes e 12 filmes produzidos. Quantas vidas foram transformadas? Esse cálculo é mais difícil de fazer, mas certamente muitas, visto que, na grande maioria das vezes, ver-se ou ver os seus na tela gera um ponto de inflexão na vida de quem produziu o filme, de quem se vê retratado e de quem, muitas vezes, pela primeira vez, tem a oportunidade de reconhecer sua cidade, seu mundo e sua cultura, naquele filme. Foi assim, por exemplo, com “Pode Entrar”, um dos filmes produzidos nessa temporada, que explora a experiência de transeuntes da Rua da Aurora, no Recife, que mesmo sendo frequentadores assíduos da área, nunca antes na vida tiveram a oportunidade de entrar no histórico Cinema São Luiz, um marco da sétima arte na cidade. O curta-metragem explora a mágica dessa “descoberta” através de cada entrevistado e mostra como o acesso à cultura ainda é um desafio para muitos na cidade.