A quinta edição do Curta Caicó, que acontecerá no segundo semestre na região do Seridó, no Rio Grande do Norte, anunciou nesta sexta-feira, 13/05, no auditório Monsenhor Ausônio Tércio de Araújo, localizado na 10ª DIREC, Diretoria Regional da Educação da Cultura do Esporte e do Lazer, o lançamento das oficinas de cinema que serão realizadas dentro da programação oficial do evento.
As oficinas Documentando acontecerão em três escolas públicas de Caicó: Escola Estadual Zuza Januário, Escola Estadual Padre Edmund Kagerer e Escola Estadual Professora Calpúrnia Caldas de Amorim. As escolas irão receber as oficinas de audiovisual, que resultarão na produção de três curtas-metragens. Além dos alunos, que serão 60 ao total, professores também poderão participar das oficinas, como forma de se tornarem multiplicadores da linguagem audiovisual nas escolas, fazendo a convergência entre educação e cultura.
A Oficina Documentando, ministrada pelo cineasta Marlom Meirelles, vem como forma de articulação entre cultura e educação, fazendo com que novos artistas mostrem todo o seu potencial, apostando em talentos norte-rio-grandenses. A ideia é que ao final das aulas, os alunos de cada escola produzam três filmes, desde a ideia do roteiro até a pós-produção que serão exibidos em agosto no Curta Caicó, e que também entrarão em circuito nas casas de cultura do Rio Grande do Norte.
Em 2019, na segunda edição do evento, foi realizada a Oficina Documentando, que resultou no curta Chico do Cinema, sobre um cidadão caicoense que esteve à frente de antigos cinemas de Caicó e que dedicou toda sua vida à sétima arte; assista aqui.
Criado em 2009, o Documentando tem contribuído para o fortalecimento da produção audiovisual independente no Nordeste, iniciando novos produtores e ampliando as possibilidades de alcance de suas obras. Os participantes conhecem todo o processo de realização de um documentário e os elementos fundamentais para a construção de um roteiro, produção, captação e edição de um filme.
Além de ampliar o repertório no campo do audiovisual e o acesso a conceitos e vanguardas da história do cinema, os estudantes são provocados a refletir sobre suas vivências e pensar narrativas que contemplem questões sociais, de gênero, raça, territorialidade, identidade, entre outras. Ao final de cada oficina é produzido um documentário com temática livre e escolhido por meio de exercícios coletivos, que são exibidos na programação dos festivais.
Na cerimônia de lançamento, a professora e poetisa Iaponira Costa recitou um poema próprio em homenagem ao Curta Caicó e à presença de um dos grandes nomes da dramaturgia potiguar, a atriz Titina Medeiros. A mesa ainda foi composta pela atual diretora da 10° DIREC, Suenyra Nóbrega; Raildon Lucena, diretor e idealizador do Curta Caicó; e Diego Vale, sócio-diretor da agência Referência Comunicação. Representando a Fundação José Augusto, o coordenador de audiovisual Arthur Henrique Medeiros; Fernando Mineiro, que fez toda a articulação entre o governo e o Curta Caicó. E mais: representando os gestores escolares estavam presentes Gilmar Donizete Ferreira, diretor da Escola Estadual Padre Edmund Kagerer; e representando os estudantes, a aluna do Zuza Januário, Jesiane da Silva.
Com toda empolgação de alguém que teve a vida transformada pela arte, Titina Medeiros aconselhou aos jovens que estavam presentes no lançamento: “Sejam vocês os protagonistas de suas vidas. O audiovisual conta histórias e é uma forma de ter voz no mundo”.
Fazer projetos como esta iniciativa das oficinas não é fácil, como conta o idealizador do Curta Caicó, Raildon Lucena: “Tentamos realizar esse projeto através de editais como o da Cosern, mas ficamos na suplência e não conseguiríamos realizar se não fosse com a articulação de Fernando Mineiro, o apoio do Governo do Estado e a Fundação José Augusto. Fico grato ao meu sócio Diego Vale. Sabemos que o começo foi duro, foi na raça, mas continuamos e estamos trazendo com as oficinas e com o Festival Curta Caicó esperança e oportunidade para os jovens e a população do interior do Seridó de conhecer a sétima arte. Cinema é energia, força, coragem de contar histórias. Caicó, no Seridó potiguar, vai se tornar a terra do cinema”.
Fotos: Divulgação/Referência Comunicação.
Referência: CINEVITOR